15 maio 2015

O meu ponto de vista

Certo que tenho muitas limitações, que não me desloco sozinha ainda, não me posso defender, preciso quase sempre de uma terceira pessoa no meu dia-a-dia e aceito isto naturalmente desde o dia em que me aconteceu esta pouca sorte na minha vida. No entanto cheguei a um patamar, no qual já consigo fazer muitas coisas sem auxílio de outros, mas como o meu registo de ajuda é muito longo e está muito enraizado, agora apercebi-me e já há algum tempo, que estou a travar outra batalha, cuja que é dar a perceber a quem lida comigo diariamente que já consigo, já sou capaz, que já fiz, que já começo a ter umas asinhas, embora pequenas, tenho a perfeita noção que ainda faltam crescer o suficiente para conseguir voar e sonhar, mesmo que isso implique tropeçar, mas quem é que nunca tropeçou nesta vida.


Não querendo parecer ingrata com aqueles que estão incondicionalmente ao meu lado, sem restrições, por amor, por bem querer, por proteção e tudo mais que fazem e continuam a fazer, eu sinto-os cansados, como se fosse automático existindo uma super proteção, e acho que esta não favorece em nada a minha aprendizagem de como encarar de novo situações que nem se punham em hipótese há alguns meses, mas aceito este facto fazendo parte de outra aprendizagem que todos estamos a fazer nesta luta, que não é só minha e por isto tento colocar e aceitar os conselhos de quem me quer bem realmente, mas não é nada fácil lidar com esta situação de dependência e quanto melhor estou, mais difícil.
                                                                                                        
É fazer de modo a não magoar as pessoas que amo tanto e tanta dedicação prestada comigo ao longo destes anos todos, apenas procuro encontrar um modo de a vida fazer algum sentido, apenas ser eu outra vez a tomar as rédeas da minha vida de volta mais uma vez, depois de tanta luta acho que mereço mesmo, sabendo que ainda sou dependente, e que sempre tiveram e estão ao meu lado incondicionalmente, estando no tempo de querer a minha vida de volta aos poucos, porque a vida não passa depressa, aquilo que vivemos é que passa depressa.

Patrícia Arsénio